Mili chorava, Mili sofria muito, porque perdeu seu gatinho querido.
Foi na hora da mudança.
Ele, sorrateiro, como todo gato, pulara do colo da menina, enveredando-se numa mata próximo, enquanto o pai enchia o tanque de gasolina.
Com boa vontade, até conseguiram que uns funcionários do Posto lhes ajudassem na busca, mas não localizaram o gatinho de Mili.
Já estava tarde, o pai dizia; o caminhão com a mudança já deveria ter chegado na nova casa, pois estavam na frente.
Não havia mais nada a fazer.
Mili chorou e chorou e, enfim, dormiu.
Quando o carro do papai estacionou na nova casa, a menina acordou; logo recomeçou a chorar, pois lembrava da perda a todo momento.
Vizinhos vieram ajudar a descarregar as coisas do caminhão.
Por um momento, a mãe de Mili desapareceu, deixando o pessoal atarefado com o leva e pega e leva de novo das coisas de cozinha, de quarto, de sala...
Sozinha no quarto que seria dela, Mili pôs-se a imaginar a arrumação: quero cortinas amarelas, tapetes novos, um sofá rosa e uma casinha para o meu gati...nho..
Só então se deu conta de que estaria sozinha naquele quarto imenso e bonito.
E pensava e pensava a menina, quando de repente uma linda cesta chamou sua atenção.
- Não me lembro desta cesta...
O que havia dentro?
Quem trouxe aquela cesta?
E ela viu...
Um gatinho aparecendo...
Que não era o seu, mas que passaria a sê-lo, a partir de agora, o seu novo companheirinho.
- Obrigada, mamãe!
Mãe e filha se abraçaram.
