terça-feira, 9 de dezembro de 2014

ELE VEM, SIM!





Deixei meu sapatinho na janela do quintal
Papai Noel deixou meu presente de Natal
Como é que Papai Noel não se esquece de ninguém
Seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem 
(2x)


Deixei meu sapatinho na janela do quintal
Papai Noel deixou meu presente de Natal
Como é que Papai Noel não se esquece de ninguém,
Seja rico ou seja pobre o velhinho sempre vem (2x)


PIADINHA NUMÉRICA

O professor chega à sala de aula e diz:
- Um, dois, três, venham ao "quatro" negro.
Um aluno responde:
- "Cinco" muito, mas eu não "seis".
Responde o mestre:
- Então, "sete-se". Venha o "oitavo".
Resmunga o aluno:
- "Novemente"?
E o mestre:
- Ah... Des(z)isto" .



quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

O MENINO QUE AMAVA OS PASSARINHOS



Porque era pequeno e doentinho, a mãe lhe deu o nome de Roy. Roy do pezinho torto.
Roy da orelha quebrada.
Roy que não escutava nada.
Roy que amava os passarinhos.
Tão logo lhe deram uma bota, ele saía para a rua atrás dos amigos passarinhos, levando uma sacola com pedacinhos de pão.
Os passarinhos já conheciam a rotina do menino e apareciam por ali felizes para comer da ração trazida por ele.
Da mão dele.
Rua deserta onde não passava carro algum, então a mãe permitia e Roy não desobedecia nenhuma das recomendações dadas por ela.
Roy fraco e doentinho.
Roy menino querendo voar com os passarinhos.
No sábado, não deu para Roy sair passear; choveu muito. Domingo veio pleno de sol e Roy estava melhorzinho, respirava até bem, pulmão fraco, mas feliz.
- Volte logo, Roy, porque hoje vamos ter que ir à capela rezar para Santa Terezinha que está ajudando você a ficar bom.
- Tá, mãe!
E lá se foi o menino, sacolinha cheia de pão quebrado para dar aos seus amigos da floresta.
Mas o ar estava meio estranho naquela manhã.
Estranho porque não havia nenhum passarinho esperando por ele, um silêncio...
Tão pensativo o menino Roy, que acabou não vendo e caiu numa poça de água.
Zombeteiramente, de onde foi que surgiu aquilo?
Zás!
Um carro azul enorme levando um monstro dentro dele.
De onde aquilo?
Por que aquilo?
E Roy caído na poça.
Poça vermelha do sangue de Roy.
Roy que não viu mais os passarinhos.
Mãe que não conversou mais com Roy.
Como entender os caminhos que Deus traça para a gente?

De Luiza Válio.

"GIGI"


Eu tenho um gatinho
tão fofo e branquinho
que mia baixinho
e gosta de mim.

Ganhei do papai
no ano passado;
Gigi é seu nome
fui eu que escolhi.
                          
Porque tem rabinho
bem fino e curtinho,
se enrola todinho
no meu sapatinho.

Gigi é cheiroso,
é meigo e bonzinho;
não troco meu lindo
por nada no mundo.

Poeminha de Luiza Válio.

"AS MENINAS DA ESQUINA"



Adoro ficar olhando para as meninas da esquina.

São educadas e tão boazinhas que nem parecem crianças deste século.
Passam o dia inteiro sempre procurando fazer alguma coisa para agradar a mamãe ou a vovó que vivem atarefadas, principalmente a vovó, fazendo biscoitos e pães caseiros que os vizinhos encomendam. Uma delícia de biscoitos doces, salgados, pães recheados...
Bonito de ver também o carinho que as meninas tem com seus animais de estimação. É fora do normal.
De manhã, ninguém precisa mandar; elas trocam a água e a ração e limpam a sujeira que se espalha pelo quintal.
Neste ano, elas estão eufóricas.
Disseram-me que vão passar as férias na casa de praia do Tio Anselmo, que é irmão da mamãe e filho da vovó delas.
Toda vez que Tio Anselmo vem para visitar a família, ele traz muita coisa bonita para enfeitar a casa das meninas.
Desta vez, as meninas contam as horas para que chegue logo o dia em que vão acompanhar a mamãe para escolher um belo presente para o Tio.
O que será que as meninas vão levar para o Tio Anselmo?
--"Surpresa", dizem elas!
Que pena!

Texto de Luiza Válio.

"URGENTEMENTE"


É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas.
É urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros
e a luz impura até doer.
É urgente o amor,
é urgente permanecer.

Autor: Eugênio de Andrade, poeta português nascido em 1923 e morto em 2005. 
Esta poesia encontra-se em sua obra intitulada Poesia para a Infância, Editora Ulisseia, Lisboa.