quarta-feira, 29 de abril de 2015

"AMOR DE MÃE"






- "O nenê dormiu?
Então vou descansar",
diz a mamãe feliz a sorrir.

- "E quando ele acordar,
de novo meus braços
abertos vão estar 
para um longo abraço".

Alguém conhece amor maior do que o da mamãe?

Luiza Válio.

O LIVRINHO DO AMADEU


Quando Amadeu era pequeno sonhava em ser um grande escritor para criar histórias de fadas e duendes e oferecê-las, principalmente, às crianças doentes.
Mas a ideia não surgiu de repente. Foi de tanto insistir nas leituras, tão logo aprendeu o abecedário.
Amadeu era capaz de ficar horas e horas sozinho em casa, enquanto os pais saíam para o trabalho. 
Fazendo o que?
Lendo! 
Lendo e aprendendo. 
Lendo e conhecendo. 
Lendo e divertindo-se.
Até que um dia resolveu fazer diferente: deixou de lado os livros, pegou bastante papel sulfite, um lápis bem apontadinho, uma borracha leve e branquinha, sentou-se à escrivaninha do pai na biblioteca, tendo o cuidado de colocar uma almofada para deixá-lo mais alto, e começou a ouvir seus próprios pensamentos.
É, sim, nossos pensamentos falam com a gente! Amadeu ouviu!
"Era uma vez..."
Não, não! Lá se foi papel pro lixo!
"Maria tinha uma gatinha chamada Mariana..."
Não, não! E outro chumaço de papel pro lixo!
"Pedro e Marininha foram passear num sítio muito bonito..."
Não, não!
Mas desta vez Amadeu não jogou o papel na lata de lixo. Pôs-se a desenhar como seria aquele sítio: haveria um rio bem caudaloso, uma casa pobre mas aconchegante, uns coqueiros querendo alcançar o céu, cavalos e vacas pastando, um cercado cheio de galináceos e uma cegonha que acabava de pousar.
Cegonha?
E lá começou o menino a contar a história de sua vida, desde a primeira lembrança, a primeira pisada no chão da sala com tapete de veludo, o primeiro tombo, até chegou a inventar umas coisas...
E Amadeu foi tecendo a cada dia um pedaço do livro e desenhando as gravuras representativas das suas memórias. 
Foi aí que entendeu que as pessoas precisam aprender a transcrever seus pensamentos, mas se algumas não conseguirem, pelo menos que elas possam ter a capacidade de ler histórias parecidas com as suas, escritas por outras pessoas assim como Amadeu. 
Quem diria que aquele menino tinha apenas oito anos de idade quando publicou seu primeiro livro?
Iguais a ele deve existir muitos por aí. 
Ainda bem!

Luiza Válio.