domingo, 19 de julho de 2015

BOA NOITE!

 






A PATA VELHA E O PINTINHO CARIJÓ





Meus filhos, vou lhes contar uma história.
Existiu na vizinhança uma pata velha que se pôs a chocar cinco ovos dentro de um cesto a alguns centímetros do chão num grande galinheiro que existia na fazenda de uma rica família italiana.
Todos os dias ela ficava em cima deles para não deixá-los esfriar. 
Já não comia, não bebia, não tomava sol, não procurava os amigos para uma conversa, não dava mais nem risadas, a coitada.
Parecia que o mundo havia acabado para ela.
- Credo! - exclamavam as outras aves. Ou ela tem medo que uma raposa devore seus ovos ou então que um menino malvado apareça e jogue todos eles ao chão.
Os dias passavam devagar, mas um dia, finalmente, os ovos da pata velha começaram a quebrar-se naturalmente um a um  e ela de repente reaprendeu a falar e a sorrir alegremente.
- Viva, meus filhos! Que lindos vocês são!
Mas eis que de repente um ovo quebrou-se e apareceu uma avezinha diferente: era escura, tipo carijó, igualzinha a vocês, mas carijó. 
De fato era um pintinho como todos os outros pintinhos que havia aos montes no galinheiro dos italianos.
- Hei, este aqui não é meu filho, não pode ser meu filho, pois é um pintinho. Quem quer um pintinho aí?
- Eu quero, respondeu a galinhona Mojica, que nunca havia chocado um ovo e por isso nunca tivera um filhinho.
E o pintinho mudou-se para o ninho da galinhona Mojica e foi esquecido pela pata velha que só tinha olhos para os seus patinhos amarelinhos.
Os dias foram passando, uns de sol, outros de chuva.
Os patinhos da pata velha começaram a crescer, mas ao mesmo tempo foram ficando raquíticos e doentes e acabaram morrendo um a um.
O pintinho carijó, por sua vez, crescia lindo e talentoso, pois já batia as penas como frango grande, voando uns metros sem cair.
Quando o último patinho da pata velha morreu, esta caiu doente e nunca mais saiu do seu ninho.
Próximo dali, a galinhona Mojica também acabou adoecendo e morreu.
Quando a pata velha soube da desgraça, criou coragem para levantar-se e foi ter com o pintinho, agora lindo e gracioso:  
- Pintinho, agora somos nós dois sozinhos. Você não quer morar comigo?
- Não, dona pata, não quero não. Uma porque não estou sozinho; o galinheiro está cheio de aves de todos os portes e raças que se querem muito bem. Outra, porque não dá para servir de apoio a uma mãe que me chocou e jogou fora como um livro velho ou uma capa de chuva rasgada. Estou muito feliz assim como estou. Passe bem, dona pata!
E a pata velha recebeu com lágrimas nos olhos o desprezo do pintinho.
Restou a ela apenas um consolo: viveu por muitos anos e pode ver o casamento do pintinho e os ovos que a esposa dele chocou: era uma dúzia de lindos pintinhos multicoloridos.
História de Luiza Válio.

MONÓLOGO DA CEGONHA

Como pesa este menino!
Mas não posso derrubar.
A mamãe está aflita,
o papai desesperado
e a vovó segue rezando 
desde semana passada.

Que Santo Antonio me ajude
a carregar este troféu
que vale mais do que ouro,
que vale mais do que prata,
muito mais do que mirra,
muito mais do que cobre
ou qualquer outro elemento
que a natureza contém.

Poemeto de Luiza Válio.

POLACA TEM RAZÃO


- Que tal acharmos uma água bem gostosa pra gente se banhar, Neusa?

- Parece que não tem por aqui, Polaca...

- Tem, sim. Vamos procurar. Olha lá perto do cajueiro, Neusa.

- E se for apenas uma poça de chuva toda suja, Polaca?

- Não faz mal, Neusa. A gente se banha rapidinho e sai correndo para secar ao sol. Que tal?

- Mas o sol já foi embora, Polaca!

- Ih, é mesmo. Então, vamos pra casa e amanhã procuramos um açude de verdade pra nadar.

- Sim, vamos embora, Polaca.
 

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