sexta-feira, 27 de setembro de 2013

LUZITA E SUA MADRINHA




Numa casa pequena, no meio da floresta, uma linda menina morava sozinha.
Chamava-se Luzita.
Ficou sozinha desde que toda a sua família, um belo dia, inventou de partir em busca de terras boas para a agricultura e desapareceu, deixando-a com a avó, já bem velhinha. 
A boa velhinha, duas semanas depois, faleceu.
Luzita chorou durante muito tempo de saudade de todos eles, até que um dia percebeu que não adiantava nada ficar chorando.
Já andava com fome e resolveu procurar o que fazer para comer.
A horta estava feia; nada de verduras.
No pomar, só algumas maçãs, uns pêssegos e goiabas.
No milharal, encontrou algumas espigas verdes e resolveu cozinhá-las.
Foi na bica d`água que encontrou uma senhora enchendo uma vasilha com o precioso líquido.
- Oi, dona Rosinha, tudo bem com a senhora?
- Tudo, Luzita, e com você? Já pensou na minha proposta? Vamos morar lá em casa, assim não fica tão sozinha, menina!
- Daqui a alguns dias, eu respondo para a senhora, dona Rosinha.
Mas dali a quatro dias, dona Rosinha veio a falecer.
Chorando muito, foi ao sepultamento da boa senhora. Depois do funeral, um moço muito distinto foi bater a sua casa.
Temerosa, ela não saiu.
No dia seguinte, o moço estava lá de novo e, de novo, ela não saiu.
Mas no terceiro dia, ela estava regando umas hortaliças e não deu para fugir:
- Senhorita Luzita, temos que conversar. É sobre a dona Rosinha.
- Dona Rosinha morreu...
- Sim, e deixou um testamento dizendo que a casa dela a partir de agora é sua.
- Mas por que ela faria isso comigo? Deve haver um engano, pois não sou nada dela...
- É, sim, Luzita. Aqui está escrito que ela era sua madrinha.
- Mas madrinha não é parente!
- E como ela não tem parente nenhum, deixou a casa dela para você. 
- Eu não entendo...
Correndo para dentro de casa, Luzita pôs-se a chorar. Mas o moço bonito voltou a chamá-la:
- Luzita, a senhorita só tem cinco dias para aceitar ou não esse presente. Tem umas condições que a dona Rosinha recomendou.
Deixe-me entrar para explicar tudo.
Muito timidamente, ela foi abrindo a porta e aceitou que o rapaz entrasse.
- Então, Luzita, acontece que eu moro em outra cidade, mas possuo uma casa nos fundos, no mesmo terreno da dona Rosinha, que era minha tia; de vez em quando eu venho para descansar e fico nela. Existe lá um mini zoológico, tenho alguns empregados meus, e não gostaria de perturbar você, quando se mudasse para a casa. Então, quero fazer um muro para separar as propriedades.
- Não há problemas, disse a menina.
- Quando você vai para lá?
- Amanhã mesmo. 
Luzita foi morar na bela casa.
Com a ajuda do rapaz que morava longe, e conforme condicionado no testamento, Luzita abriu as portas da casa para crianças que queriam estudar e não tinham condições. 
Foi a primeira escola que surgiu no povoado e que contou com a ajuda financeira de muitos cidadãos interessados na educação de seus filhos.
Solidão para Luzita?
Nunca mais.
Dona Rosinha, a madrinha, fez de Luzita uma pessoa muito feliz. O moço bonito?
Estão namorando.  
  

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