Pois então.
O Tio Zé estava meio nervoso no sábado à tarde e decidiu caçar uma lagoa para pescar num sítio pertinho da cidade.
Só por farra mesmo, pois em toda a sua vida nunca conseguiu trazer nem um filhote de peixe para casa.
A Tia Cila vivia caçoando dele:
- Ara, Zé, dizem que quando a gente fica irritada por qualquer coisinha, o jeito é pescar. Mas sabia que os peixes desconfiam e saem correndo quando percebem que o pescador não está muito bom da ideia?
E estava lá o Tio Zé pensativo, com a vara já estirada na água, esperando, esperando.
De repente, a vara começou a ficar pesada.
Tio Zé levantou, puxou a vara, sentiu firmeza, abriu as pernas para se posicionar melhor e...
Tchibum!
Caiu na água feito bocó.
Lá se foi vara, linha, tudo puxado pelo anzol enfiado na boca do peixão bravo.
Tinha que contar a proeza para a mulher:
- Então, Cila, eu nunca vi um peixe daquele tamanho. E tão bravo que espumava pela boca aberta. Caramba! Ele me roubou tudo e ainda saiu dando risada de mim. Mas sábado que vem eu pego ele de novo e não vou deixar que escape.
- Faça isso, Zé, resmungou a mulher, rindo dele.
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