sexta-feira, 20 de março de 2015

POR QUE CHORA, MELISSA?



Nas férias, a família de Melissa resolveu viajar para as montanhas na casa do vô Lau, coisa que a menina não gostava, porque lá não tinha ninguém para brincar e era muito longe da civilização.
- Filha - disse-lhe a mãe -, é que o vovô Lau não está bem de saúde e precisamos visitá-lo.
Vô Lau era um homem bem velhinho que mal se movimentava sozinho; avô do pai de Melissa, vivia com o filho mais novo que era agricultor.
- Coisa chata! - resmungou a menina.
E como criança não tem como contrariar nessa hora, lá se foi a família confortavelmente instalada em uma van.
- Olha, Melissa, aqui tem balas, sucos, bolos, uns salgadinhos. Se tiver fome na viagem, é só dizer, tá?
Mas a menina respondeu bem baixinho que iria dormir durante todo o trajeto e fechou os olhos agasalhando-se num imenso cobertor.
Imersa em pensamentos, ela não reparou que nem bem haviam saído da cidade, o carro começou a apresentar algum problema, pois fazia um barulho esquisito e o pai teve que parar para vistoriá-lo.
- Não vai dar para continuar - avisou o pai. Vamos chamar um guincho e voltar para casa. E quem sabe amanhã o carro esteja perfeito para voltarmos à estrada.
- Não garantimos o conserto para amanhã - exclamou o cara da oficina -, mas se quiserem emprestamos um dos nossos veículos.
- Está bem, respondeu o pai de Melissa. Vamos fazer assim então.
Altas horas, o telefone da casa da família tocou. Era notícia ruim. Vô Lau havia falecido.
As malas já estavam prontas mesmo. Era só aguardar o carro emprestado pela oficina chegar de manhã e tomar novamente o rumo para as montanhas.
Só que desta vez nada podia dar errado.
Quando a mãe aprontava o café para tomarem antes de viajar, eis que Melissa entrou na sala em prantos.
- O que foi, minha filha? Por que chora assim?
- É que eu sonhei que o vô Lau tinha sofrido um acidente, estava muito mal e a gente não conseguiu mais falar com ele. 
O pai ouviu aquilo, abraçou a menina, colocou-a no colo e começou a lhe preparar para lidar com o triste evento.

Texto de Luiza Válio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário