domingo, 22 de junho de 2014

AS MENINAS VERDES



Eram duas meninas: Rina, a loirinha, que era doce e calma, ao contrário de Lice, a de cabelos castanhos enroladinhos, a mais esperta, mas muito turrona e cheia de vontades.
Vizinhas umas das outras, porém, não se davam muito bem, porque não dividiam nada entre si.
Quando juntas, ficavam sem graça, só queriam competir.
- Esta boneca é minha!
- E esta é minha!
- Estes bichinhos são meus! - gritava Rina, mostrando sua caixa de brinquedos.
- E estes são meus! - respondia Lice imediatamente.
Isso, quando não se estapeavam, puxando os cabelos. 
Um dia, a mãe de Rina teve que ir para o hospital, porque chegara a hora de dar à luz ao Russel, o irmãozinho da menina. 
Prontamente, a mãe de Lice se ofereceu para cuidar da garota.
Ciente de que as meninas não se davam tão bem, ela pensou e pensou sobre como entretê-las durante os próximos três dias, porque, depois disso, a mãe de Rina voltaria para casa e tudo seria normalizado.
Tanto pensou que encontrou a solução: foi com as meninas à floricultura mais próxima, comprou sementes, adubo, algumas mudinhas de plantas, escolheu pás, enxadinhas, vasos, regadores e baldes plásticos, dos mais coloridos que haviam.
E mãos à massa, quer dizer, mãos à terra.
As duas meninas adoraram tudo aquilo.
Tanto que não brigaram mais.
Quando os pais de Rina chegaram com Russel nos braços da mãe, as duas meninas bateram palmas, oferecendo cada qual uma plantinha para o menino.
Rina disse, emocionada:
- Quando você crescer, meu irmãozinho, vou ensinar você a cuidar das plantinhas. Assim, nunca mais que as florestas vão acabar.
   

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